Era isso que ela sempre repetia em
nossos encontros. Não importava se estávamos nos vendo naquele momento, acompanhadas
por uma xícara de chocolate ou por uma boa taça de vinho, sempre havia a
exagerada preocupação com os próximos que viriam. “Vamos, claro.” Respondia,
como um mantra. “Mas é sério, viu?!”. Sério, sempre era sério. “Com certeza,
temos que nos ver mais vezes!” Uma das minhas táticas mais antigas consistia no
ato de concordar, que descobri por vezes evitar maiores delongas. “Você
promete? Promete?!” Não importava quantas vezes eu assentisse, essa pergunta
sempre reaparecia ao longo da tarde. Quem a assistia pela primeira naquele
momento, julgava-a uma pessoa de fácil convivência, quem sabe até carente, mas isso
somente por excesso de doçura. Doce. Mal sabiam que aquela pergunta nos
acompanhava em todos os encontros.
Para alguns, comentar sobre a vida
pessoal, trabalho e atualidades com os amigos poderia ser uma tortura. Mas,
para mim, era ouvir aquela frase. Gostava de viver momentos, e ela parecia
contente somente com a possibilidade de tê-los. “Vamos marcar.” Ela disse, mais
uma vez, no final da carona. Enchi a boca de ar e impedi que certas palavras destrutivas
abandonassem minha mente. “O que foi?” Nada. Resolvi que uma boca vazia
combinava com aquela relação murcha. E o quão insano era continuar regando-a. Sabia
que ela estava esperando a minha ligação – tal como sempre - , e eu, eu sabia
que ela nuca ligaria. Desmarcamos.
Que lindo texto, escreve muito bem viu? Parabens *.*
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